sexta-feira, 10 de outubro de 2008

CHEGADA A CASA DO AVÓ.........


....meu DEUS, onde me ia meter, que casa aquela, para onde eu ia viver. Não tinha condições, mas como era provisório sujeitei-me, uma vez mais......mas, desde então, passei a ser, naquela casa, como uma criada para tudo, fazia os meus haveres como mãe, esposa, dona de casa, mas tambem tinha que aguentar as cenas "porcas" do avó. Todos os dias, chegava bêbado a casa. "Mijava-se" e "borrava-se" todo, e eu tinha que limpar a "merda" que ele fazia. Assim era a minha vida e o meu papel ali, naquela casa, onde uma vez mais, o meu companheiro, por egísmo, ou sei lá, me arrastou de novo. Apesar de tudo, lá ia aguentando, entretanto ia levando a vida como podia, como estava grávida, continuei a fazer as minhas consultas de rotina e passado uns dias fui ao médico, a fim de saber como estava a correr a minha gravidez, e ver se estava tudo bem comigo e com o meu bebé e soube, nesse dia que iria ter outra menina. Fiquei muito feliz e só pedi a DEUS, que tudo corresse bem. Entretanto lá em casa , nada mudava, as filhas do avô do meu companheiro, como por exemplo a minha sogra, habituaram-se a ser eu, que fazia todo o trabalho lá de casa, mas mesmo assim, depois iam para a rua e para os cafés, dizer que eu não fazia nada. Eu começei, a ignorar as conversas, (neste caso da mãe do meu companheiro), já estava habituada á lingua suja dela, em tanta coisa, bem pior que aquilo, que para mim, nem me afectou. Certa vez, ela chegou para visitar o pai e eu estava a arrumar a casa, e ela, não faz mais nada, começa a inspeccionar o meu trabalho, se estava tudo limpo, mas haviam uma sitíos onde não conseguia chegar para limpar, sem ajuda de alguém, e ela vira-se para mim e disse-me:....oh! Sofia, faz o favor de limpar tudo novamente, porque este móvel, em cima está cheio de pó ....olhei para ela e disse-lhe:.....é preciso ter lata, já reparou que esta casa é do seu pai? Não sou criada de ninguém, e muito já faço eu, porque afinal, a filha é voce, por isso limpe a senhora, se acha que não está bem e não eu, essa obrigação é sua e das suas irmãs ....ela ficou boquiaberta, perante aquela resposta. Deu meia volta e saíu, para a rua e começou mais uma vez mais a falar mal de mim, mas ignorei os insultos vindo da parte dela, as palavras que agora ouvia, já não significavam nada, para mim.


Passados 2 meses, comecei com as contracções, e a minha vontade, era ter a minha filha em casa, mas infelizmente, não me deixaram. Passei essa noite em claro, sempre com dores e cheguei a um ponto, que já não aguentava mais e chamei o meu companheiro dizendo-lhe:....está na hora de a BEATRIZ nascer, levantou-se e metemo-nos á estrada, com a JOANA, porque ninguém me quis ficar com ela. O carro nunca andou tão depressa, como naquela noite. Pelo caminho, vomitei e o meu companheiro aflito, de me ver assim, perguntava se eu estava bem e eu, naquele momento e uma vez mais, sempre com o meu pensamento no meu rico FILHO. Continuava, sem saber nada dele e já fazia tanto tempo. Parte de mim estava morrendo, com a saudades e com a falta que eu sentia do meu menino. Chegada ao hospital, o meu companheiro deixou o carro mal estacionado, os enfermeiros vieram logo e levaram-me para dentro. Desta vez o meu companheiro, não poderia assistir ao parto, pois tinha a JOANA com ele. Nisto, foi só o tempo de ele ir á rua, arrumar o carro e quando voltou, lá dentro o médico disse-lhe:.....parabéns a sua filha já nasceu .....


(mais uma vez fui uma super mãe e sempre, com o meu FILHO no meu pensamento).


Passados dias regressei a casa, com as minhas FILHOTAS mas, continuava a faltar um pedaço de mim que não me dava descanso, a toda a hora, o meu FILHO e sem ele eu jamais conseguiria ser feliz.


Os meses foram passando e eu passei por momentos bons, mas tudo o que é bom acaba depressa, pelo menos para mim foi sempre assim. E houve um dia, em que eu estava em casa com as minhas FILHOTAS, e o resto da familia, toda reunida no café. Infelizmente eu era sempre a única que estava de parte, perante tudo e todos. De repente chega uma prima e disse-me, que o dono do café estava a falar mal de mim e da minha mãe. E que todos, que supostamente me deveriam defender, estavam lá a ouvirem e a rirem-se. Senti uma vez mais, o peso da humilhação, e sem pensar, pedi á minha prima, para olhar pelas minhas meninas e vou até ao café, constactar o que se estava a passar, realmente era verdade e a risota continuava, tendo por bobos da corte, eu e a minha mãe. Revoltada, chamo o meu companheiro á rua e disse-lhe:.....posso saber o motivo de tanta alegria? Que se passa aí dentro, para esse "porco" estar a falar mal de mim e da minha mãe?..... Coisas inventadas por pessoas, que não sabem o que aconteceu na minha vida, é?..... Ele volta-se para mim e disse-me:....."caga" nisso e vai para casa, e ele voltou para dentro, e eu ainda, ouvi o dono do café dizer:.... entra e vê se fechas a porta, porque não quero essa "puta", com quem estás junto, aqui dentro, do meu estabelecimento e ele assim fez, fechou a porta. Ao ouvir aquilo, foi demais, volto-me de repente e começo, aos murros e pontapés á porta, só parando, quando a abriram para eu entrar. Assim que a porta se abriu, eu jogo-me para cima do homem, parto-lhe o nariz e os óculos, ele já fugia de mim e de repente, agarram-me os meus braços, só para não dar cabo do homem que me tinha estado a ofender assim como á minha mãe. Ele só gritava:.... tirem-me esta louca daqui, porque ela esta fora de si.....o meu companheiro vira-se para mim e manda-me embora. Vi que ele nem sequer mexeu um dedo, para me ajudar, para me defender e isso custou-me muito. Saí dali e fui para o pé das minhas FILHOTAS, com a certeza de ter alcançado uma vitória, defendi a minha honra, assim como o bom nome da minha mãe. E tudo acalmou. Passados alguns dias, o avó, lembrando-se, sei lá, do episódio do café, chamou-me de "porca e puta" e que era a vergonha da familia dele. Era demais, e sem medir consequências, dei-lhe um estalo, porque estava a ofender-me. Ele não gostou e vai daí, começou a bater-me com a bengala, magoando-me bastante. Conclusão, todos ficaram contra mim, como era de esperar, por eu ter batido no "velho". Já saturada e sem conseguir aguentar mais, com aquela situação, eu e o meu companheiro, uma vez mais, saímos dali e fomos embora, porque já tinhamos arranjado uma casa em Rio Maior......o tempo passava, a vida passava, eu ia ficando mais velha, mas a minha estabilidade, nunca mais chegava. O direito a ter uma vida normal, não me estava reservado a mim. O sonho de todas as mulheres, é de viverem com os filhos, numa casa com paz, harmonia, amor e carinho ao lado do marido, a mim, era-me sempre negado, foi-me sempre negado. Mas o pior de tudo é que nem os meus três filhos, que poderiam ser o meu maior consolo, podia ter junto de mim. Mas o destino ainda me reservava, muita coisa e infelizmente, não eram coisas boas..............

2 comentários:

Anónimo disse...

Nem sei que te diga minha doce Sofia...

Infeliz aquele que faz chorar uma mulher,
Porque Deus conta as suas lagrimas...

A mulher foi feita da costela de um homem;

Não dos pés,
para ser espezinhada,

Nem da cabeça,
para ser superior,

Mas do lado para ser igual;

Debaixo do braço
para ser protegida;

E do lado do coração
para ser amada...

Esses homens que passaram na tua vida, só te destruíram minha querida. Espero que nesta altura, já não estejas com nenhum deles, pois eles são realmente uns "porcos", que se serviram de ti e nunca te amaram.

Anónimo disse...

* ~ * ~ * SOFIA * ~ * ~ *
A vida é como é... ás vezes é triste e cansativa, outras vezes alegre e colorida... Mas temos que aproveita-la... porque só temos uma vida.