
Pois e pensava eu vir a ser feliz em Marco de Canaveses, mas durou tão pouco tempo. O meu marido só esteve a trabalhar, durante 15 dias, depois disso, começou a estar em casa para o meu maior e pior pesadelo.
A minha mãe ligou-me numa manhã, de kinta feira, a dizer ke todas as semanas me enviaria, 10 mil escudos, para a minha alimentação. Fikei toda contente, porke assim já tinha alimentos para dar o meu filho. Chegou o dia de sexta feira da semana seguinte, tinha correio, e lá estava a carta da minha mãe com o dinheiro. Para meu infortúnio, o meu marido, retira-me o envelope das mãos, e dizendo-me ke o dinheiro era só para ele, porke se eu kisesse dinheiro, só tinha ke ir para a beira da estrada, arranjar alguém e aparecer com "o guito á noite". Senti-me deveras ofendida e muito humilhada, e olhando para ele, disse-lhe k não faria isso, porke não era, "puta nenhuma" e sem esperar, a resposta dele foi, um murro e gritou-me:... vais para a estrada e livra-te, se não me arranjares dinheiro para mim esta noite, mato-te...., depois desta cena, com o dinheiro em seu poder, tranca-me em casa e vai embora, chegando só á noite, perdido de bêbado e com uma caixa de camarão, coloka em cima, da mesa e pergunta!!! ... então minha "vaca", lucraste muito? Kero o dinheiro já, eu que ainda acalentava a ideia k o que ele me tinha dito fosse uma piada de mau gosto, constatei naquele momento k ele nunca falara tão sério, procurei manter-me calma e respondi ke não, fui para lado nenhum e mesmo que o quisesse ter feito, nunca teria podido, pois tinha a porta trancada, sem poder sair....ele levanta-se pega no menino e levou-o para o kuarto, kuando volta, de repente chega ao pé de mim, dá-me com toda a força que tinha, uns quandos murros na cara e pontapés por todo o corpo, até ver sangue, mas não ficou por ali, ainda me disse, ke mulher dele tem ke andar na estrada para o sustentar....eu gritei-lhe uma vez mais com as minhas poucas forças, ke nunca faria isso, nem morta, então pegou num garfo e espeta-me com ele nas costas bem fundo, eu de repente grito por socorro aos vizinhos, o meu filho no kuarto fechado a chorar, e ele completamente cego e louco, a bater-me ainda mais .....até que por DEUS, passado pouco tempo batem á porta e eu caída no chão, olho para ele. Kuando foi abrir a porta .... era a G.N.R fikei aliviada mas por pouco tempo, o meu marido mandou-os embora dizendo-lhes para eles, ke entre marido e mulher ninguém mete a colher....um agente olha para mim, viu-me num estado lamentável, com os dentes partidos, nariz partido e o garfo espetado nas costas, cheia de sangue e apenas me disse:... já sei ke não há nada, a fazer agora, mas vou estar de serviço, se precisar fuja com o seu filho, eu estarei lá e ajudá-la-ei, naquilo que puder....eu abanei a cabeça em sinal de agradecimento,.....foram embora e eu fikei a chorar, o meu marido meteu-se no kuarto, com o meu filho. e deixou-me ali a perder sangue, com frio e eu sem forças para rastejar até ao sofá, acabei por adormecer ali no chão frio da cozinha.
No dia seguinte o meu marido acorda-me com um balde de água fria para cima e diz:... vai para a rua lavar a roupa, preciso de roupa lavada hoje, mesmo sem forças fui lavar a roupa para a rua, a chuver, ainda com o garfo espetado nas costas. Não tinha forças para o tirar....de repente olho para a frente e vejo o carteiro, com os olhos cheios de lágrimas, a olhar para mim, eu pedi-lhe ajuda, para me retirar o garfo, ele, bondoso ke era retirou-mo a chorar....olhei para ele e disse-lhe:... o senhor é muito bondoso, obrigada e kuando aparecer carta para mim, da minha mãe, não a entregue a ele, por favor, só a mim....ele disse-me logo k fazia isso e seguiu a continuar o seu trabalho entregando o correio nas outras casas....acabei de lavar a roupa fui para dentro...neste dia depois foi tudo calmo. Mas eu sentia-me morta, por dentro e por fora.
Na semana seguinte, o carteiro bateu á porta, e entregou-lhe umas cartas para ele, fazendo-me sinal com os olhos, ke tinha carta da minha mãe, fikei toda contente. Danado, por talvez não vir a carta que ele queria, fechou a porta e disse-me:... então minha "puta, a vaca", da tua mãe, não mandou o dinheiro porke?... respondi-lhe ke a minha mãe, não tinha a obrigação de sustentar os vicios dele, que fui eu dizer!!! sem dar conta, ele deu-me um murro e saíu de casa danado, mas antes avisou-me, ke nessa mesma noite, teriamos uma nova conversa.....fikei com medo, pois agora, a toda a hora eu estava a levar porrada .....nisto o carteiro esperou ke ele abalasse e voltando novamente, lá á porta, entregou-me a carta e seguiu o seu caminho. Pego no envelope e escondo o dinheiro, num dos vasos ke tinha na rua e apercebi-me ke uma das minhas vizinhas, estava a espreitar, e viu aquilo que eu tinha acabado de fazer e pensei: ...só espero ke ela não lhe conte nada .....chega á noite, vejo o meu marido a falar com a minha vizinha e ele danado, entra em casa e perguntou-me:... com ke então, não tinha dinheiro da tua mãe?....vai a rua e tira o envelope do vaso e ali mesmo, dá-me outro murro e dizendo-me:... isto é, para não estares a esconder coisas de mim e agora vais pagá-las, todas de uma vez só, pega em mim leva-me para o kuarto, vai buscar umas cordas e prende-me aos ferros da cama, depois leva o meu filho, para casa dessa vizinha e vem novamente para casa!!! Chega ao kuarto e diz:... vá agora és toda minha, vou fazer amor, de todas as maneiras possíveis e tens ke te aguentar ....rasga-me a roupa, dá-me murros e viola-me, ali mesmo foi a noite toda assim a violar e a bater, viu k não estava satisfeito, colokou o seu pénis na minha boca, eu nao keria mais e bateu-me muito e fez o serviço na minha boca até me rasgar a boca toda, viu ke ainda não estava satisfeito, retirou-me as cordas e eu sem forças virou-me ao contrário e violou-me por tráz e mais uma vez me rasgou, já cheia de sangue e não tendo forças para mais, dor e revolta, pedi-lhe a ele por favor para me deixar em paz. Disse-me logo ke não e acabou por adormecer. Eu passei a noite em claro, humilhada, ofendida e cheia de dores e sem o auxilio de ninguém. No dia seguinte, ele saí de casa, eu fikei ali, amarrada á cama e com fome. O meu filho, em casa da vizinha e eu sem o puder ver, e sem puder fazer nada.
Assim se passou uma semana, não comia nada, só tinha direito a água, por isso estava muito fraca e as feridas, do meu corpo a começarem a ganhar infecção.
Chegava á noite ele voltava, ia para o kuarto e eu estava amarrada e dizia-me:... então minha "puta", vamos para mais outra sessão de sexo, estas preparada ??? e assim foi mais uma noite a fazer-me as mesmas cenas ... foi assim durante uma semana inteira e eu sem saber nada do meu filho, estava desesperada, keria morrer ....ele tirava-me as cordas cheias de sangue e abalava de casa e deixava-me ali sózinha, sem ver porke tinha os olhos inchados e com sangue. Não conseguia falar, não podia andar, rastejei até á rua e aí pedi auxilio.....a minha vizinha viu-me e foi logo a correr ter comigo e ainda ouvi, ela estar a chamar pelos vizinhos a dizer socorro ajudem esta mãe é um caso de vida ou de morte e de repente desliguei-me, do mundo. Kuando acordei , estava no hospital e ja tinham passado 3 meses, não dei por nada, estava sem vida, embora continuasse viva, porke estive em coma... no dia em que acordei, olhei para o meu filho, ke estava ao pé de mim e chorei de alegria, por vê-lo, olhei para o espelho e vi só marcas no meu corpo, mas para minha felicidade, não vi o meu marido ali, estava só a minha vizinha, ke me socorreu e disse-me:... descansa ke ele não te pode fazer mais nada de grave, porke tem um processo em tribunal por causa das maldades ke te fez !... eu toda contente pensei!!!... o meu inferno finalmente acabou. Mas foi pouco tempo. Saí do hospital e fui para casa e kuando cheguei tinha sacos de comida ke as pessoas deram para mim e o meu filho....mas não estava feliz, tinha na mesma ali o meu inimigo público nº 1, o meu marido................


3 comentários:
«Pensamento:...Porque mata o homem? Mata por comida. E não só por comida:...frequentemente por uma bebida também.»
Woody Allen
A minha vida, ainda que curta, tem sido bastante longa. Posso até dizer que os meus últimos tempos têm sido vividos duma forma fragmentada. Exactamente. Tem sido uma vida fragmentada e cronologicamente baralhada.
Fragmentos duma vida que tem sido vivida no embrulho da confusão e do sofrimento.
Pedaços que se julgam já estarem desfeitos mas que se reconstroem e regressam.
A vida ás vezes é tão igual. Sempre a mesma rotina. Hoje vivo fragmentos que parecem idênticos aos de ontem. Nunca sentiram isso? Parece que o tempo anda para trás e para a frente mas que no fundo vai parar sempre ao mesmo sítio. Ao mesmo fragmento.
Nos meus últimos tempos tenho vivido sempre com uma cara triste, com o sorriso apagado e com um interior em sofrimento. Sofrimento de tanta coisa. De tanto sentimento. De coisas que não se explicam nem sabemos porque acontecem. Mas o que é facto, é que elas acontecem. As coisas. E sofro. Ou melhor, sofria!
É isso mesmo. Sofria! Porque agora… agora, as coisas vão mudar. Estão a mudar. Farto de ser pisado por alguns, farto de alguns não me darem valor, cheguei ao fundo. Bati no fundo. Mas quando se bate no fundo, e já não se pode descer mais, só temos uma solução: subir.
Para quê continuar nesta tristeza? Não vale a pena. Nós temos capacidade para mudar as coisas. A única coisa que não se muda é a morte. Então, hoje de manhã acordei deprimido como em outra qualquer manhã. Tomei o meu duche. Tomei o meu pequeno-almoço. Apanhei o autocarro para as aulas. Coloquei os phones do MP3 nos ouvidos. Uma música tocou. Não sei porquê, nem sei bem como, mas essa música fez-me ‘abrir’ os olhos. Fez-me pensar. A música trouxe-me esperança, sei lá!
E depois pensei: «Se calhar, até nem vale a pena continuar nesta merda.
Vou mas é ser como era dantes. Louco, sorridente, divertido».
Quando saí do autocarro, pisei o chão e caminhei pela rua ao som do “So Here We Are” (a tal música) foi como se eu tivesse rejuvenescido. Estou de volta! O velho mas bom João.
E o que quero explicar com isto, é que se já se sentiram no abismo, não queiram por lá ficar.
Só precisam de força de vontade para mudar as coisas. E as confusões da vida desaparecem.
A Vida é Isto. So Here We Are
SOFIA...
Sentimentos num shaker
Sinto:
raiva
odio
desilusao
desprezo
desespero
confusao
traiçao
desalento
vingança
medo
cansaço
cansaço
cansaço
cansaço
vontade de:
começar de novo
terminar com tudo
ser amada
ter carinho
ser compreendida
me voltar a cortar
morrer de vez
estou cansada de morrer aos poucos...
O MEU FILHO PRECISA DE MIM!!! se eu morrer...nao...nao posso permitir deixa-lo com o pai que agora parece disposto a entregar-se de novo a tudo o que de mau semeou....
nao quero morrer....só tenho vontade de ..desistir....
Dedico-te este desabafo de alguém que escreveu, um livro e que só foi publicado após a sua morte, que aconteceu, nas mãos do marido que a espancou até á morte. Nunca permitas que sejas mais uma com este final.
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